Às vezes me pergunto se é isso que
realmente quero, então me desespero ao perceber nada espero. Pensamentos,
sentimentos e conflitos extensos, coitado, me perco em pequenos momentos. O que
fazer? Quem ser? Como viver? Perguntas vagueiam será que vou sobreviver?
Cansado, estressado, saturado de ser tratado como um bastardo, um negro
libertado, um cavalo ruim no estabulo. Amor, só é mais uma dor que já estou
acostumado sentir, me oprimir já é difícil, me controlar um sacrifício, no
entanto são os ossos do oficio. Em busca do meu pote de ouro, do meu grande
tesouro, luto como um touro para me soltar e a felicidade alcançar. Ouço
dizerem que sou feliz, mal sabem o que se passa por traz de meu nariz, da
tristeza que ronda. As ideias me fogem,
os pensamentos se escondem e como as sementes de um dente de leão minha vida se
vai com o vento, assim é meu dia-a-dia, eu vou conforme o destino comanda,
conhecendo Amanda, falando com fulana, ficando com cicrana, me apaixonando por
Fernanda. Conforme se vai o dia me consumo na agonia de mais uma noite só,
vendo as nuvens ficarem escuras, a chuva molhando a rua, minha vizinha ficando
nua. O frio da solidão finalmente me consome, a dor some, o tempo para, a
ferida sara. A porta escancara e surge um grito de pavor, rostos com horror, me
expliquem o que há, por favor. Olho o chão e vejo então o sangue, meu corpo
desfalecido, todo desmilinguido, e todo aturdido desperto do sonho sem sentido
que acabei de narrar.
Paulo Victor Moreira
(17/09/2012)