Na
areia branca e branda a pele sente de repente o ar quente soprar
Ventre
no chão, sol no dorso, arrepio no pescoço
Um
beijo na nuca, descendo as costas e em jogo de lábios se enrosca
Mãos
com mãos, mãos e corpos, meu prazer é como bomba fazendo destroços
Pernas
e tornozelos se enrolando, partes roçando, em sensações e volúpia me afundando
Dentro
de mim o pássaro negro se debate, e a opção de por fim é só um descarte
Gritos,
suspiros e plangências, não consigo, não aguento, peço clemencia
Teus
olhos se fecham, sinto faltar-me ar e como um farfalhar escuto-te no pé de meu
ouvido falar: - Te amo
Sinto-me
fora deste plano, deste mundo, deste lugar
Ouvindo
as ondas em meus pés batendo, te escuto gemendo, teu corpo tremendo e um
sorriso malicioso a raiar
Belo
e majestoso teu rosto lustroso de tanto me amar
Meu
coração a ti pertence, pena que o veneno da serpente está a me contaminar
Para
mim pouco importa se um dia ei de estar morta, na imensidão da praia te amei,
minhas magoas enterrei e te fiz meu rei
Um
dia me chamei Maria, me afoguei em desvairias e agora estou a vagar
De
baixo do sol de meio dia acabo com a agonia de não saber amar, continuo minha
estrada, mas quem sabe um dia possa voltar...
Paulo Victor
Moreira (12/09/2012)
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