terça-feira, 25 de março de 2014

Talvez


Talvez quando alguém achar isso, jogue no lixo essa folha amassada, rabiscada e borrada, impregnada de nada, forjada a partir das lagrimas que ousaram saltar, o salto de morte que depende de sorte onde vai pousar, um chão pedroso, talvez perigoso que a vida pode ceifar.
Querido amigo a quem escrevo, somente em segredo te posso revelar, aqui por um instante, em dor incessante do coração a sangrar, não sei o que sinto, pavor por instinto, já não aguento chorar, saudade e desejo de quando o vejo poder lhe tocar, sei que o amo, suplico e clamo seu beijo ganhar, palavras não ditas, sufocadas a gritar, prefiro às esconder, do que elas verter e seu silencio pra sempre ganhar, mesmo sem dizer nada tua presença me agrada, tua voz em brasa a me confortar, fica mais um pouco, me da teu abrigo, tento de tudo para que não vá, infelizmente o instante tão bom e constante tu ousas levar, novamente sozinho trancado em meu quarto volto a somente sonhar.
Amigo querido, te falo do coração partido como se fosse a vida a acabar, que assim não seja, mas sem essa tristeza eu não viria a lhe a falar. Eu te falo de amor, te falo dor, e de contraditoriamente feliz estar, lembro com muita saudade, e sinto muita falta da pele a roçar, do leve choque ao tocar, do arrepio ao beijar.
Não quero o mesmo fim de Maria, amigo, aquele coração ferido, que tão abatido decidiu parar, o meu quer viver, sarar e bater, por alguém que o verter amar, talvez os pedaços que do meu ficaram se juntem com os que de alguém restaram, união perfeita ao se completar.
Amigo, a você escrevo cheio de vontade e desejo de um grande abraço te dar, talvez ainda te escreva, mais do que deseja, para minha vida contar, talvez amigo, isso seja só um pedido de algo que não tenho coragem de falar, talvez te digo que o “talvez” possa se realizar, se o “talvez” é uma dúvida vem aqui põe-me a parede, me questiona, me faz comprovar, o “talvez” é só uma porta de uma estrada torta cheia de escolhas para se tomar, esse “talvez” quem sabe seja aquela cereja de felicidade no bolo a faltar.

Paulo Victor Moreira (25/03/2014)

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