Sem muito pensar na proposta, ele preferiu acreditar
na proposta deu tudo em aposta que o desconhecido iria lhe agradar, ele que
sempre tão certinho naquele mundinho decidiu se rebelar, aquele chamado por um
momento o fez em pensamento uma ideia brotar, uma porta de luz no fim do túnel,
um tiro no escuro, uma aventura para apreciar, se despiu da armadura, se tornou
a negra criatura, em busca de algo que não sabia explicar, premeditadamente o
pecado em semente começou a plantar, aquele desejo de prazer o consumia, o
deixava em agonia, o que era aquilo que vinha a se tornar.
O encontro foi somente uma quebra ilusoriamente
displicente, mas que insanamente o pegou de surpresa de repente, o derretendo,
tornando algo lá dentro sorrateiramente diferente, talvez um sentimento latente, iniciando a fagulhar, a cada momento um
diferente encantamento, feridas antigas a sarar, distraído não percebia que
para aquele sorriso ele não sabia que não deveria olhar, fantasiado com
inúmeras sensações acabou se perdendo nos acontecimentos, anestesiado ele
estava e cada vez mais naquele mar navegava, longe da costa novamente estava a
se levar.
Aquela noite foi diferente, tudo parecia ardente,
fortemente divergente de tudo já se preparado para encontrar, o perigo o
excitava, e a cada instante uma surpresa o cegava, ele nem sentia, ele nem
sabia, desvairadamente ele nem percebia que em seu peito já ardia um sentimento
em rebeldia, aprisionado e enjaulado liberdade clamaria, aos poucos sem
perceber aquele afeto as grades começou a derreter, aos toques quentes e beijos
ardentes decidiu verter, o amante envolvente o fez sentir novamente o anseio de
querer simplesmente alguém para amar, aquela noite o marcaria, tão forte que
arrancaria suspiros, e gemer o faria como jamais alguém conseguiria, ele se
tornou a bala no escuro, se movendo tão rápido em impulso, sem se importar se
iria se machucar.
A noite perfeita, cheia de prazeres diferentes, de
elogios nada coniventes, carregados de sensualidade e o cheiro de pecado a
exalar, suculentos beijos ardentes, cheios de deliciosos sabores a liberar,
cada toque o destruía, aquele impetuoso cenário ali ruía, Edgar começava a se
mostrar, despido de sua armadura, em baixo daquela luz, oh luz da mãe lua, sua
espada parecia brilhar, o cavaleiro sem traje ainda assim era reluzente pronto
para aquela batalha travar, a luta já
estava ganha, o lutador mal sabia, mas o choque entre os corpos o desmontaria,
e o que sobrasse o mar levaria, a deriva ficaria, quem sabe um dia voltar.
Ele acreditou no que aquilo parecia, ele por
instante se agarrou naquilo que feliz o fazia, vivia a sorrir e suspirar, Edgar
tão pouco percebia, mas Maria em sonho o tentou avisar, aquele ainda não era o
momento, não devia ter ao desconhecido entregado tal sentimento, ele não
conseguiu compreender, e com seus erros teve que aprender, que mesmo momentos
felizes podem do nada se converter.
PAULO
VICTOR S MOREIRA (24/09/2014)
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