sábado, 27 de setembro de 2014

A deriva


Sem muito pensar na proposta, ele preferiu acreditar na proposta deu tudo em aposta que o desconhecido iria lhe agradar, ele que sempre tão certinho naquele mundinho decidiu se rebelar, aquele chamado por um momento o fez em pensamento uma ideia brotar, uma porta de luz no fim do túnel, um tiro no escuro, uma aventura para apreciar, se despiu da armadura, se tornou a negra criatura, em busca de algo que não sabia explicar, premeditadamente o pecado em semente começou a plantar, aquele desejo de prazer o consumia, o deixava em agonia, o que era aquilo que vinha a se tornar.
O encontro foi somente uma quebra ilusoriamente displicente, mas que insanamente o pegou de surpresa de repente, o derretendo, tornando algo lá dentro sorrateiramente diferente,  talvez um sentimento latente,  iniciando a fagulhar, a cada momento um diferente encantamento, feridas antigas a sarar, distraído não percebia que para aquele sorriso ele não sabia que não deveria olhar, fantasiado com inúmeras sensações acabou se perdendo nos acontecimentos, anestesiado ele estava e cada vez mais naquele mar navegava, longe da costa novamente estava a se levar.
Aquela noite foi diferente, tudo parecia ardente, fortemente divergente de tudo já se preparado para encontrar, o perigo o excitava, e a cada instante uma surpresa o cegava, ele nem sentia, ele nem sabia, desvairadamente ele nem percebia que em seu peito já ardia um sentimento em rebeldia, aprisionado e enjaulado liberdade clamaria, aos poucos sem perceber aquele afeto as grades começou a derreter, aos toques quentes e beijos ardentes decidiu verter, o amante envolvente o fez sentir novamente o anseio de querer simplesmente alguém para amar, aquela noite o marcaria, tão forte que arrancaria suspiros, e gemer o faria como jamais alguém conseguiria, ele se tornou a bala no escuro, se movendo tão rápido em impulso, sem se importar se iria se machucar.
A noite perfeita, cheia de prazeres diferentes, de elogios nada coniventes, carregados de sensualidade e o cheiro de pecado a exalar, suculentos beijos ardentes, cheios de deliciosos sabores a liberar, cada toque o destruía, aquele impetuoso cenário ali ruía, Edgar começava a se mostrar, despido de sua armadura, em baixo daquela luz, oh luz da mãe lua, sua espada parecia brilhar, o cavaleiro sem traje ainda assim era reluzente pronto para aquela batalha travar,  a luta já estava ganha, o lutador mal sabia, mas o choque entre os corpos o desmontaria, e o que sobrasse o mar levaria, a deriva ficaria, quem sabe um dia voltar.
Ele acreditou no que aquilo parecia, ele por instante se agarrou naquilo que feliz o fazia, vivia a sorrir e suspirar, Edgar tão pouco percebia, mas Maria em sonho o tentou avisar, aquele ainda não era o momento, não devia ter ao desconhecido entregado tal sentimento, ele não conseguiu compreender, e com seus erros teve que aprender, que mesmo momentos felizes podem do nada se converter.

PAULO VICTOR S MOREIRA (24/09/2014)

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