De todos os sentimentos sentidos,
de todos os beijos beijados, de todos os carinhos trocados eu me vi ali,
simplesmente sem chão, um frio na barriga. O que dizer sobre o que eu sinto,
não sei se minto, pois é um sentimento faminto, uma fome incontrolável de ter
você. Exagerado, extremado, elevado ao mais alto grau, te dizer, isso eu jamais
farei, talvez se eu disser você escape como o ar dos meus pulmões, e se eu não
te respirar, morrei sem ar, morrerei sem teu cheiro, ah o teu perfume, intenso
como ciúmes, quando o sinto fecho os olhos e imagino um céu cheio de vagalumes,
assim como as estrelas que um dia eu vi ao estar contigo, seria clichê se eu
disse-se que elas brilhavam pra mim, por mim ,por você? É estranho o que eu sinto,
estranho por que não sei descrever, e quando tento me vejo perdido em
pensamentos, pensamentos que levam até você. As vezes me pergunto se é verdade,
se estou dentro das minhas sanidades, será que estou na realidade, ou será que
você não é só mais uma loucura da minha cabeça, será que não é uma criação do
meu perdido mundo esquizofrênico? Nesse momento eu posso estar nos teus braços,
seguro e confortável, ou ironicamente dentro de um quarto branco acolchoado.
Não quero pensar nisso agora, pois sinto você perto, perto e quente, como o
calor do deserto. Não quero pensar no amanhã. Não quero pensar no depois. Sei
que nunca nos jogarão arroz. Sei que talvez não seja pra todo o sempre, porém,
se de repente eu vier a sua mente, e você quiser me ver, eu vou estar aqui,
esperando o teu colo, ainda lembrando do doce beijo, do doce olhar, esperando pra
dormir tranquilo a teu lado. E então, quando você se for, eu ficarei só, ao som
da lua.
Paulo Victor S. Moreira (12/05/2015)
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