Hoje cedo quando acordei lá estava ela no chão, jogada,
murcha e seca... Em seus últimos momentos de vida, lutando para que até mesmo
em seu fim alguém pudesse olhar seu findo resquício de beleza. Já desfalecida
não notou minha presença, muito menos que o seu ultimo esforço havia sido
alcançado, lá estava eu, o único naquele dia de sol, a contemplar aquilo que
para muitos significava morte, mas que para mim significou esperança, força de
vontade e acima de tudo coragem, pois nós seres humanos dotados de infindos
conhecimentos muitas das vezes não somos capazes de perseguir nossos sonhos,
desistimos, deixamos em segundo plano, simplesmente abandonamos... E assim
infindas vezes deixamos de tocar alguém tão profundamente quanto aquele pequeno
ser me tocou ou consentimos que nossos sentimentos e ideais fiquem trancados no
fundo de um baú sujo e escuro.
No momento em que a toquei fiquei impressionado, como mesmo
depois de morta podia ser tão bela? Surgiu-me inspiração, coração cheio de
emoção, e no lampejo de alucinação, recordei então que precisava acordar, minha
vida mudar, estou sempre fugindo, não digo o que sinto, nem faço o que quero.
Perdido em sentimentos não aproveito momentos, pensando em ti, talvez esse
tenha sido o erro daquele ser minúsculo, acordou tarde. Guardou demais sua
beleza, não em vão, pelo menos em seus segundos finais pôde mostrar a alguém o
fatídico erro de sua existência.
Em detrimento aquele momento guardeia comigo, lembrarei
para sempre da sensação que me causou, do torpor que senti, por incrível que
pareça continuo perdidamente apaixonado por ti, hoje despertei, não sei se
novamente sonharei... Desperte comigo, quero ser teu eterno amigo, amado e o
único namorado.
Paulo Victor Moreira (20/06/2012)
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